JORGE

Jorge tirou a velha camisa xadrez, pendurou os suspensórios e guardou a calça de linho. Vestiu uma camiseta amarela, uma bermuda vermelha e arrematou o look com um tênis verde água bem maneiro. Sentiu-se jovem. E como fazem os jovens, puxou o short para o meio do peito. Supimpa! A primeira tirinha do Jorge, essa daí que eu descrevi, incialmente foi pensada para fazer parte da série Téo & O Mini Mundo. Quando postei no Instagram, foi um sucesso. Depois veio outra. E mais outra. Daí o Jorge ficou grandão e senti que não caberia no Mini Mundo. Merecia um livro próprio? O público respondeu que sim. Fizemos então um financiamento coletivo pelo Catarse. E deu certo: 235% da meta e 698 apoios! #vemjorge. O livro do Jorge reúne as tirinhas publicadas no @teoeominimundo e apresenta outras inéditas. É um trabalho de quase cinco meses, iniciado em dezembro de 2021. Nesta época, as mortes diárias por Covid-19 haviam diminuído pra valer no Brasil. A vacina estava funcionando. O isolamento se aproximava do fim. Me senti animado, com o espírito cheio de vontade de desenhar coisas leves e bem humoradas. Por isso, digo que o Jorge não é apenas mais um livro de tirinhas divertidas. Não é só uma novelinha em que ele contracena com a esposa Cida, o neto Lipe, o amigo Demá e outros personagens. É mais que isso. O livro do Jorge é, para mim, o marco de um tempo de esperança e alívio. É uma permissão para sorrir. Uma celebração da vida. Caetano Cury